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- Crítica - Godzilla
Posted by : Unknown
terça-feira, 20 de maio de 2014
Nome Original: Godzilla
Diretor: Gareth Edwards
Duração: 123 Min
O Rei
dos Monstros está de volta! Enraizado na cultura pop,sendo uma figura conhecida
em todos os cantos do globo Godzilla (ou “Gojira”, no original japonês)ganha
uma nova reimaginação da franquia nas mãos do
cineasta Gareth Edwards que tenta prestar homenagens às várias visões
dadas ao personagem no decorrer dos anos, não só na persona da criatura exibida
em cena, como também no próprio desenrolar da narrativa.
O
roteiro, escrito por Max Borenstein mostra a existência de monstros como um
segredo encoberto pelos militares e por uma corporação misteriosa chamada
Monarch, em um eficiente clima de conspiração que sustenta o terço inicial do
filme.
Quinze
anos após a morte de sua esposa (Juliette Binoche) durante um ataque acobertado,
um perturbado cientista chamado Joe Brody (Bryan Cranston) chega perto demais
da verdade e, enquanto os ataques começam a se espalhar pelo mundo, o filho
afastado do cientista, o tenente Ford (Aaron Taylor-Johnson), acaba no meio do
caos e destruição, tentando desesperadamente voltar para sua esposa (Elizabeth
Olsen).
Para
começo de detalhes vemos que Edwards e
Borenstein tentam aliar os chavões de filmes-catástrofe com os dos longas de
kaiju japoneses, jogando claramente para a plateia com os elementos deste
último. O problema é que não há uma mescla perfeita entre esses ingredientes, o
que acaba inchando um pouco a produção, especialmente com o excesso de
personagens que surgem durante a projeção, que são ou pouco desenvolvidos ou
abandonados repentinamente, sendo isso especialmente os papeis femininos, com
Elizabeth Olsen e Sally Hawkins que são desperdiçadas em tela.
Quando
Bryan Cranston, o homem comum que se torna obcecado pela tragédia, é deixado de
lado, seu lugar como provedor de diálogos científicos é tomado por Ken
Watanabe, que vive o cientista-chefe da Monarch. Nisso, as cenas humanas acabam
centradas em Aaron Taylor-Johnson, que não se mostra carismatico suficiente
quando comparado com Cranston, Watanabe ou Godzilla, o verdadeiro astro do projeto.
Enquanto
as sequências de ação estreladas por Johnson e os demais
caem nos clichês, aquelas que têm foco nos monstros sempre chamam a
atenção pela criatividade, o que acaba frustrando ainda mais o público com a
insistência dos realizadores em voltar suas atenções a Ford, que deveria ter
assumido um papel coadjuvante na narrativa após a introdução de Godzilla, mas
acaba participando de algumas cenas que poderiam facilmente ser omitidas sem
criar prejuízo com a identificação da audiência com o humano.
Não há
erro nenhum em demorar quase uma hora para aparecer o bichano. O escorregão
está em não entregar para ele, deste ponto em diante, o cargo de protagonista
da fita, especialmente considerando o rumo que a história toma. Os cortes de
alguns dos confrontos entre as criaturas durante o segundo ato acabam irritando
ao invés de gerarem expectativa para a clímax da fita.
Já no
terceiro ato o filme é incrivelmente insano e empolgante e nos mostra o porque
de Godzilla ser o rei . Mesmo com a movimentação pesada do monstro remetendo
aos movimentos dos filmes antigos ,ele se mostra ameaçador e selvagem,
executando seus golpes clássicos enquanto ataca seus inimigos igualmente
monstruosos e gigantescos.
O visual
do monstro é perfeito, na medida que o mantém reconhecível para os fãs antigos
sem deixar de impressionar os não iniciados. Os efeitos especiais são de
primeiríssima linha, embora as cenas escuras de uma história que se passa
essencialmente a noite comprometam ainda mais um 3D quase inexistente.
No geral
o amor do diretor pelo Rei dos Monstros se mostra claro no final do filme, mas
ele devia ter feito com que este transparecesse durante todos os minutos da
obra.