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Posted by : Unknown
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Ano de Produção: 1999 e 2006
Desenvolvedora: Tri-Ace
Distribuidora: Enix ( Atual Square Enix)
Plataformas: Playstation 1 e PSP
Às vezes, uma pérola pouco valorizada no mercado consegue
nos surpreender, não é mesmo? Afinal,entre grandes lançamentos para o nostálgico
PSOne no ano 2000,(e só digo os de RPG como Final Fantasy IX, Chrono Cross e
The Legend of Dragoon) Valkyrie Profile foi uma pérola muito bem lapidada do
console, que deixou uma legião de fãs apaixonados com seu estilo único e
inconfundível.
Como prometido na analise de Child of Light(veja aqui), Valkyrie
Profile foi originalmente lançado para o PSOne em 1999 no Japão, e chegou aos
EUA pouco depois. Na época, a Enix ainda não havia se fundido à Square, e era a distribuidora de todos os jogos da Tri-Ace (Star Ocean, Resonance of Fate). O
potencial de VP foi um tanto subestimado no mercado Ocidental, e poucas cópias
foram feitas. Ainda assim, VP acabou ganhando um status "cult", e por
vezes nos deparamos com sua presença em listas de melhores RPGs.
Em 2006, uma versão do jogo foi feito para o portátil da
Sony, intitulado Valkyrie Profile: Lenneth. O jogo é exatamente o mesmo, salvo
algumas esparsas mudanças(A maior adição desta versão são os vídeos em
computação gráfica, 12 no total. Um desses filmes faz a ligação com a seqüência
do game, chamado "Valkyrie Profile 2: Silmeria").
Tanto na versão do PSOne quanto do PSP, você controla Lenneth, uma Valquíria
(deusa da mitologia nórdica encarregada de encaminhar as almas valorosas para
Valhalla) recém-desperta para cumprir sua missão de procurar guerreiros para
lutar na batalha final do Ragnarok. O sono do qual Lenneth desperta, porém, não
é comum: enquanto um Valquíria não está "a serviço", ela encarna em
um corpo humano, e vive uma vida normal. Sem ideia de seu passado como humana,
Lenneth inicia sua missão de encontrar almas nobres para levar à guerra. O
enredo de VP toma certas liberdades com a mitologia nórdica (assim como God of
War o faz com a grega), mas os pequenos detalhes são inconfundíveis para quem
conhece do assunto. Aliada a um conto original e cheio de reviravoltas, o
enredo de VP é interessante e bem cadenciado, ajudado em muito por seus
personagens extremamente carismáticos.
Não é só o enredo, que faz Valkyrie Profile ser tão bom.
Talvez o que mais chame atenção no jogo sejam suas mecânicas originais.
Diferentemente dos RPGs tradicionais, VP é pouco linear. Após terminar a
primeira dungeon, você está quase "livre". VP é dividido em
capítulos, e os capítulos são divididos por períodos. A cada capítulo, o
jogador pode apertar start para fazer Lenneth se concentrar e fazer uma
marcação no mapa. Os lugares marcados são dungeons ou almas de guerreiros
mortos disponíveis para recutamento na eventual batalha do Ragnarok. O detalhe
é que você pode ou não cumprir sua missão. Vasculhar as dungeons, recrutar
personagens (e treiná-los) é totalmente opcional, e você pode simplesmente usar
a opção Rest para pular períodos e capítulos. Entretanto, o Ragnarok chegará
com o fim do capítulo 8, e se você não se preparou bem, terá problemas para
terminar o jogo.
A exploração se dá em três dimensões no mapa-mundi, mas ao
adentrar uma cidade ou dungeon, o jogo passa para um formato de scroll lateral
(ou seja, movimentação em 2D). As cidades são poucas, mas são bem diferentes
entre si. O destaque, porém, são as dungeons. O design delas é espetacular, com
visual variado e puzzles inteligentes - em especial as dungeons exclusivas da
dificuldade Hard. Algumas dungeons são enormes e exigem um bom trabalho do
jogador para serem totalmente exploradas, no melhor estilo dos
"metroidvanias". Para navegar nas dungeons, Lenneth pode pular,
rastejar e soltar cristais de gelo, que servem como plataformas e também podem
paralisar inimigos.
O sistema de combate de "Valkyrie Profile" é
bastante original e muito vistoso. Para começar combina elementos de batalha
por turnos e de ação em tempo real. O grupo do jogador poderá ter até quatro
guerreiros e cada um deles está associado a um dos botões principais do
controle, com 3 personagens na linha de frente e um personagem no back-row.
Magos têm à sua disposição um bom arsenal de magias
elementais e podem associar uma única magia ao seu botão de comando, enquanto
personagens guerreiros podem executar até 3 ataques diferentes. Montar a ordem
destes ataques é fundamental para o sucesso em batalha - de nada adianta
iniciar um ataque rasteiro se o último golpe dado levou o inimigo ao ar, por
exemplo -, e ordená-los em batalha faz com que VP evite se tornar um sistema apelativo, já que criar um combo exige uma boa dose de planejamento e estratégia.
Ao atingir o inimigo, uma barra semicircular no canto inferior esquerdo da tela
começa a se encher, e ao atingir o número 100, permite que o jogador use as
técnicas especiais dos personagens, aqui chamadas de Purify Weird Soul (PWS). O
uso dos PWS e magias, porém, é regulado por uma barra logo abaixo da barra de
energia, evitando que os golpes poderosos sejam abusados pelo jogador, embora
não seja à prova de falhas (a combinação Guts + Auto Item, por exemplo, quase
quebra o sistema de batalha).
Graficamente, o jogo não é nenhum primor, mas também está
longe de ser um jogo feio(não se esqueçam, que o primeiro console da Sony nunca
foi exatamente um bom exemplo para jogos 2D).Ainda sim, os cenários são belos,
cheio de detalhes e com "layout" perfeito. Também brilham as
ilustrações dos personagens, que tem um estilo bem característico, com várias
expressões faciais dependendo do tom da conversa.
No quesito trilha sonora
o game é estonteante. A trilha é assinada por Motoi Sakuraba (Star
Ocean, Tales of, Golden Sun, Baten Kaitos e outros), é um dos melhores trabalhos do compositor. Do
tema de Weeping Lily Meadow (Epic Poem to Sacred Death) às músicas de batalha
(como o quase obrigatório remix de The Incarnation of Devil), VP é um dos
trabalhos mais diversificados de Sakuraba, e se encaixa perfeitamente no jogo.
A dublagem é boa - não perfeita, mas boa -, embora não seja feita de forma
integral.
Mesmo hoje, 15 anos após seu lançamento original (e 8 da
versão para o PSP), VP ainda é tocante da forma como poucos jogos são. Talvez
sejam os personagens carismáticos, talvez sejam as mecânicas originais ou
talvez o design soberbo de fases, mas VP ainda é um exemplo de excelência.Se
você gosta de RPGs, não há nenhum outro jogo que eu possa recomendar com tanta
ênfase quanto Valkyrie Profile. No PSOne ou PSP, você estará mais que
bem-servido.
Quem quiser conhecer mais sobre a historia do game aqui tem um link com os mangás que adaptam seu enredo fascinante: