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- Resenha Hq - X -Men: Dias de Um Futuro Esquecido
Posted by : Unknown
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Pegando carona na estréia do
novo filme dos mutantes , porque não comentar sobre seu material fonte: Sua
famosa Hq.
Bom no ano de 1986 foi
lançada aqui no Brasil uma das maiores histórias já escritas nos quadrinhos.
Uma história de esperança, retorno, segundas chances, mas ao mesmo tempo um
vislumbre de ódio e desespero, num mundo onde não existe igualdade e onde
aqueles que são diferentes, são caçados, presos e mortos.
Chegando ao Brasil com cinco
anos de atraso a saga Dias de um futuro esquecido (Days of Future Past),
injetou novo fôlego nas histórias dos mutantes, após a morte da Fênix, acabou
se tornando referência não só para o universo mutante, como também para o mundo
dos quadrinhos e até para as telas de cinema.
A idéia é muito simples e
genial. O ano é 2013. Os Sentinelas, robôs caçadores de mutantes, dominaram a
América e dividiram a humanidade em três castas, que carregam tatuagens
para serem identificadas. Os humanos normais são identificados pela letra H. Os
humanos anormais, que não se enquadram nos padrões de normalidade definidos,
carregam a letra A. E os mutantes trazem a letra M, que nesta realidade é a
mesma coisa que o símbolo da morte.
Os mutantes são caçados tanto
pelos Sentinelas, quanto por farejadores psíquicos, geralmente mutantes, ou
anormais telepatas, cientificamente modificados para rastrear mutantes. Ao
serem capturados são utilizados em experimentos, torturados, encaminhados a
campos de concentração e mortos.
Os demais continentes ainda
não caíram sob o julgo dos Sentinelas, entretanto os robôs gigantes planejam
uma invasão mundial para acabar com a raça mutante e controlar os humanos.
Entretanto neste futuro sombrio ainda existe uma esperança: os X-men. A maioria
dos membros foi exterminada, mas mesmo assim um grupo de heróis mutantes
continua lutando. E nesta batalha, um plano ousado é formulado.
Os mutantes remanescentes da
equipe Wolverine, Tempestade, Magneto (nesta história paralítico e mentor dos
mutantes), Rachel Summers (filha de Ciclope e Jean Grey neste futuro
alternativo), Franklin Richards (filho de Reed e Susan Richards, do Quarteto
Fantástico), Kitty Pryde e seu marido Colossus, planejam voltar ao passado para
alterar um evento que de acordo com Magneto poderia mudar o futuro sombrio em
que vivem.
O citado evento seria o
assassinato do senador Robert Kelly, pelas mãos da Irmandade de Mutantes. Esse
crime desencadearia o registro de mutantes e a seguir a fabricação em massa dos
Sentinelas. De posse dessa informação, os X-men decidem investir num plano
desesperado para mudar o passado. Utilizando os poderes telepáticos de Rachel,
os X-men enviam a mente da Kitty Pryde adulta, para o seu corpo adolescente no
passado. A escolha de Kitty tem um motivo. No passado todos os integrantes dos
X-men já passaram por treinamentos mentais para se defender de ataques
psíquicos, exceto a jovem Kitty, que acabava de integrar a equipe mutante.
A partir desse momento a
história vai se denvolvendo em duas frentes, presente e futuro. No presente a
Kitty Pryde adulta desperta em seu jovem corpo e tenta convencer os X-men de
que veio do futuro para lhes avisar da tragédia que mudaria o mundo. A
princípio os X-men não acreditam na história. Mas depois de várias explicações,
fica claro que a garota está falando a verdade. Os X-men partem em seguida para
Washington para confrontar a Irmandade de Mutantes – liderada pela perigosa
transmorfa Mística – e tentar evitar o atentado.
Enquanto isso no futuro os
X-men, mantendo a consciência da jovem Kitty em transe no seu corpo adulto,
lutam para escapar dos Sentinelas e tentar evitar uma catástrofe mundial, pois
os sentinelas planejam estender seu domínio para fora do continente americano,
porém os demais países pretendem retaliar a invasão com um ataque nuclear que
pode levar o mundo inteiro à destruição.
O desenrolar daqui em diante são dramáticas: baixas na equipe vão
aparecendo e a disputa fica acirrada de fazer o leitor devorar literalmente o
quadrinho. E a apesar do desfecho ficaria uma duvida que vai permear várias
histórias dali para a frente. Será que os heróis conseguiram evitar o futuro
sombrio?
Realmente, Dias de um futuro
esquecido marcou uma geração e as histórias em quadrinhos para sempre. A saga
teve reflexo direto em toda cronologia mutante e apresentou novos elementos,
como a jovem Rachel Summers, que mais tarde retornaria ao passado e as
histórias dos mutantes, assumindo o codinome de sua falecida mãe, como a Nova
Fênix.
Esta saga ainda influenciaria
os eventos futuros no universo mutante com a vinda do mutante Bishop de um
futuro onde os mutantes eram marcados também com um M. O mutante chega a nossa
realidade perseguindo um criminoso que fugiu para o passado e acaba ficando
preso em nosso presente. Bishop passa a fazer parte dos X-men.
Existem ainda outras
histórias e personagens oriundas dessa temática passado/presente. Mas o mais
importante da trama Dias de um futuro esquecido, foi ter influenciado histórias
com a mesma temática no cinema e na TV. O exemplo mais clássico é o filme
Exterminador do Futuro, estrelado por Arnold – Hasta la vista baby –
Schwarzenegger, no qual um robô é enviado ao passado para tentar evitar um
futuro apocalíptico.
O tema foi reutilizado na
famosa série Heroes, em um episódio da primeira temporada, o viajante temporal
Hiro Nakamura retorna cinco anos no passado para alertar os demais sobre um
futuro sombrio. A utilização do tema em Heroes nem é tão surpreendente uma vez
que Jeph Loeb faz parte da equipe criativa do seriado. Loeb, famoso escritor,
que já passou pela Marvel e DC Comics, já escreveu histórias para os mutantes e
trabalhou também com os arcos de histórias de Cable e da X-force.
O fato é que para sua época,
Dias de um futuro esquecido foi um divisor de águas, mostrando que histórias em
quadrinhos podem ter temas mais sérios – no caso o extermínio remetendo
diretamente aos campos de concentração alemães- e ainda assim continuar
surpreendendo com roteiros inovadores adicionando elementos nunca antes
utilizados. Vale a pena ler essa história, que mesmo após tantos anos continua
visionária, e deixar-se levar pelas previsões sombrias feitas pro Chris
Claremont.