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Posted by : Unknown quinta-feira, 28 de agosto de 2014


Nome Original: Lucy

Diretor: Luc Besson

Duração: 90 Min



A carreira de Luc Besson é recheada de bons filmes de ação com protagonistas femininas fortíssimas. Na década de 90 ele escreveu e dirigiu os ótimos “La Femme Nikita”, “O Profissional” ( que revelou Natalie Portman aos 13 anos) e “O Quinto Elemento”, um clássico moderno da ficção científica.”Uma pessoa usa 10% de sua  capacidade cerebral, ela vai usar 100%”. Com essa premissa, seu novo filme, “Lucy”,também  não foge de suas principais características: uma mulher forte, boas cenas de ação e um final filosófico para quem gosta de ficar alguns dias refletindo sobre o que assistiu.

 No filme, Scarlett Johansson é a personagem  título Lucy,uma jovem normal, que ao se meter de entregar uma maleta misteriosa se vê metida no trafico de uma nova substancia, organizada pelo ameaçador Sr. Jang(Mink-Sik Choi).A mercê de Jang, Lucy tem a droga inserida em seu estomago. O saco porem se rompe, liberando uma overdose do produto na corrente sanguínea da moca. A partir de tal ponto assistimos a odisséia da protagonista não só se acostumando com suas recentes habilidades, como decidindo o que fará com elas.


No início do filme Besson utiliza letreiros que ocupam toda a tela para informar o nome dos atores e após Lucy ingerir a droga (em uma cena estranha e sem sentido) os letreiros são usados para informar qual é a porcentagem de seu cérebro que a protagonista está controlando(lembrando um video-game). Cada letreiro é um marco no filme, mesmo que não sejam necessários, já que a própria história nos mostra a evolução do cérebro de Lucy.Sendo assim,Besson sabiamente, evita o obvio, adentrando,sem medo, na ficção cientifica e consegue nos surpreender a cada seqüência,não sendo apenas uma repetição do longa de Bradley Cooper, Sem Limites de mesma premissa.O ritmo dinâmico da obra, porem é constantemente quebrado pela intercalação com cenas focadas no Professor Norman ( Morgan Freeman), que longe dali apresenta uma palestra sobre as possibilidades do uso do cerebro.O filme procurar realizar constantes paralelos entre esses dois focos narrativos e Freeman como sempre , consegue cativar com sua sincera interpretação.

Por pisar em uma área desconhecida pela ciência, a trama possui alguns buracos que não chega a  comprometer a proposta do filme. Como Lucy pode de repente passar a entender de medicina a ponto de saber se um paciente sobreviverá ou não? Como ela aprende a dirigir sem nunca ter tido uma aula? Mesmo um cérebro em sua capacidade máxima precisaria de treinamento e conhecimento para isto. Mesmo com estas falhas, a emocionante cena da protagonista com a mãe ao telefone (que mostra acesso a todas as memórias do cérebro) ou então as modificações que ela faz no corpo são muito bem feitas e fazem sentido ali. Ao aumentar a capacidade do cérebro, uma pessoa teria conhecimento de todas as células de seu corpo, logo controlar seu metabolismo e até mudar sua aparência.

Lucy é ainda uma ficção científica disfarçada de um filme de ação que se passa nos filmes atuais. E todos sabemos da capacidade de Luc Besson para dirigir e escrever cenas de ação. Seja a boa perseguição de carros por Paris ou na ótima montagem da cena final do filme, todas são cenas bem dirigidas que conseguem fazer com que o espectador preste atenção em tudo que acontece sem ficar perdido. Com ângulos de câmera fechados no rosto de Scarlett Johansson durante as cenas mais intimistas a fotografia do filme é bem eficiente. O roteiro é rápido, não deixa que a história perca o ritmo e peca apenas por ser curta demais, impedindo que os conceitos sejam  mais explorados.


Mesmo com estes poucos problemas, quem não deixa a desejar é Scarlett Johansson. Cada vez mais se firmando como uma das grandes atrizes desta geração, a Lucy criada por ela é uma jovem medrosa quando não tem noção da capacidade de seu cérebro, mas na medida que descobre a capacidade tem e entende o mundo ao seu redor fica cada vez mais séria, ou menos humana como descrito pela própria personagem.

O final é um daqueles que deve gerar uma discussão ao sair do cinema. A discussão que Luc Besson introduz é muito interessante e a Lucy é uma personagem que encarna a metáfora do ser humano contemporâneo, diante da capacidade quase sem limites da revolução tecnológica que traz novidades cotidianamente ao ponto de não conseguirmos acompanhar tal processo.


No gera, Lucy é uma satisfatória experiência pipoca e deve ser consumida como tal. Scarlett segura a onda e mantém a personagem  interessante até o final. Além disso, a narrativa é tão insana e divertida que faz com que você fique curioso para ver o que vai acontecer em seguida. Mérito do diretor francês que arrisca criar algo maluco sem medo de ultrapassar os limites do bom senso, como fez tão bem em O Quinto Elemento e volta a repetir nesta produção.






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