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Posted by : Unknown quarta-feira, 10 de setembro de 2014


Nome Original: Saint Seiya: Legend of Sanctuary

Diretor: Keichi Sato

Duração: 93 Min



Cavaleiros do Zodíaco é um marco para TV no Brasil. A série japonesa, um fenômeno de audiência nos anos 90, foi responsável pelo estouro dos animes (desenhos animados japoneses) em nosso país, consolidou todo um mercado editorial exclusivo e dedicado aos produtos japoneses e transformou os atores responsáveis pela dublagem em verdadeiros astros - um reconhecimento ao trabalho destes profissionais que começou graças à paixão dos fãs dos Cavaleiros de Athena e expandiu-se para toda a produção televisiva e cinematográfica.

O anime dos defensores de Athena com certeza é umas das mais relevantes series para minha (e de minha amiga que escreve comigo essa critica) formação cultural(digo nerd rsrs!). Toda essa paixão pela série é justificável; misturando de forma inteligente as mitologias grega, nórdica e romana com valores como confiança, amizade, determinação e persistência, Os Cavaleiros do Zodíaco acompanharam a mim e toda uma geração que consumia de forma ardorosa tudo que era derivado da série, de revistas a figuras colecionáveis.


Eis que um projeto ambicioso e arriscado foi desenvolvido pela Toei Animation para homenagear os 40 anos de carreira do criador Masami Kurumada: um longa metragem em computação gráfica que modernizaria o visual dos personagens e adaptaria o arco mais adorado pelos fãs da série, a Batalha das Doze Casas. Os Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda do Santuário chega para provar que ainda faltam muitos anos para os ponteiros do relógio de fogo que simboliza a popularidade da série começarem a apagar.

Pois fui ao cinema com bastante ânsia (Emile chegou a ficar gelada quando o filme começou rsrs!). Mas deixando isso, A Lenda do Santuário é na verdade um reboot da história mais conhecida do anime, a batalha do santuário onde os protetores de Athena tinham apenas 12 horas para passar por 12 casas zodiacais, cada uma protegido por um cavaleiro de ouro para então encontrar o Grande Mestre e salvar a deusa. Embora seja um produto claramente direcionado aos fãs e iniciados na mitologia da série, Lenda do Santuário segue a cartilha básica de um filme para o grande público: a história se desenvolve de forma linear, com diálogos simples e bem humorados; a animação é primorosa, e conta com efeitos especiais competentes; e a trilha sonora complementa a ação , com uma bela canção enfeitando os créditos (Hero, interpretada pela cantora oriental Yoshiki). Entretanto, como esperado, os 90 minutos de projeção são pouco para a complexidade da história a ser contada, o que levou a alterações drásticas na narrativa e nos personagens, que irão deixar os fãs um pouco decepcionados.



O visual alias se nos primeiros momentos assustaram os fãs, aqui se mostra uma escolha sagaz que combina bem com o clima cinematográfico. Além de dar um fôlego novo, o design dos personagens atualiza o conceito das armaduras, tornando elas mais fantásticas e ao mesmo tempo mais realistas ao dar peso e volume às vestimentas. A repaginada também garantiu uma melhora considerável na expressão dos personagens principais, principalmente no rosto do Seiya, que ganhou um cuidado especial nesse sentido.

Mas esse cuidado especial com as expressões dos personagens serve a um propósito não tão nobre como o esperado. Diferente da serie original, focada no melodrama, o filme dá um espaço demasiado ao humor, com diversas piadas ao longo do filme (beira o exagero com quando um dos personagens mais sombrios da série clássica se apresenta com um musical que deixaria o Scar de O Rei Leão com vergonha.). Uma tentativa de tornar a história mais leve para um público mais abrangente.



A outro probleminha: por a historia ser bem resumida e os dramas desnecessários cortados, tudo é rápido e raso demais, e momentos chave de impacto são simplesmente deixados de lado, ou sequer mostrados. Por um lado é bom, porque ninguém fica entediado(digo os não fãs) o negativo é que falta aprofundamento no desenvolvimento de alguns personagens.


Se por esse lado o longa peca no restante se sobre sai. As lutas são muito bem coreografadas, cheias de efeitos de luz e brilho, e graças a parte tridimensional possibilitou mostrar os movimentos de vários ângulos. Não dá para negar que o sonho de todo fã é realizado ao ver, por exemplo, a luta, entre Seiya e Aiolia, na Casa de Leão. Outro ponto positivo do filme é a espetacular dublagem, que traz de volta todos os profissionais que atuaram na série clássica, com exceção de Valter Santos, falecido em 2013, e que dava voz ao Cavaleiro de Ouro Camus de Aquário. É impossível não se emocionar e sentir-se de volta a infância ao ouvir Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki explodindo seus cosmos e utlizando seus poderes especiais nas vozes de Hermes Barolli, Élcio Sodré, Letícia Quinto e companhia.


Como adaptação, A Lenda do Santuário capta bem a essência da série, atualizando de forma positiva vários elementos estéticos da obra original. Para os fãs mais antigos, a falta de uma carga dramática pode se mostrar um problema desconfortante em alguns momentos. O foco demasiado na comédia se mostra em alguns momentos frustrantes, mas deve agradar aos novatos na serie ou aqueles de mente aberta.

Apesar dos equívocos primários em relação ao roteiro (em alguns momentos explica demais em outros de menos) podemos dizer que como fãs nos divertimos muito. Conseguimos relevar muitos dos problemas e no final, se divertir bastante. Foi um sonho realizado. Um convite de volta à infância. De qualquer forma, “Os Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda do Santuário” supera expectativas e certamente é um filme tanto para fãs quanto para a nova geração e mostra que a série continua viva e pronta para seguir por novos caminhos.

Obs: Há uma cena após os créditos bem engraçada!

Critica escrita em conjunto com Emile Campos




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