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Posted by : Unknown quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Nome Original: Interstellar

Diretor: Christopher Nolan

Duração: 169 Min


Interestelar é o mais novo, além de mais ambicioso filme de Christopher Nolan. E olha que estamos falando do cara que fez a trilogia do O Cavaleiro das Trevas e do hypado A Origem. Fã confesso do diretor Stanley Kubrick , Nolan faz uma homenagem a 2001 - Uma Odisséia no Espaço, um dos maiores clássico da ficção e do diretor além de obra máxima do escritor Arthur C. Clarke, mas o espectador deve evitar entrar em maiores comparações entre as produções,já que cada uma questiona o publico de maneiras diferentes.

Em um futuro não determinado, mas também não muito distante, o engenheiro espacial Cooper (Matthew McConaughey) trabalha como fazendeiro cultivando milho para alimentar a população mundial. A maioria dos alimentos da Terra já acabaram e as plantações que restam são constantemente atacadas por pestes e tempestades de poeira. Ao lado dos filhos e do sogro (vivido pelo ótimo John Lithgow), ele vive simplesmente, mas se incomoda com o fato da humanidade ter se contentado em sobreviver e esquecido seu lado empreendedor. Ele é chamado para liderar uma missão espacial que busca explorar novos planetas que podem substituir a Terra.Uma jornada importante que pode ser a última esperança para a população do planeta.


Interestelar” é para o cineasta como se diz na estatística,um ponto fora da curva ,não apenas por conta do resultado final turbulento, mas também pela sua temática. Os filmes de Nolan sempre tiveram como motores narrativos a obsessão de seus protagonistas e um duelo perpétuo entre racionalidade e caos.

Baseando-se em diversos conceitos relativamente complicados (como a relatividade), Interstellar acaba apostando em muitos muitos muitos diálogos explicativos – e, se por um lado o didatismo ao longo do primeiro ato consegue deixar esses conceitos bem claros para que o roteiro os resgate sem problemas ao longo da projeção, nesta sua nova empreitada, o artista deixa tais marcas em segundo plano e coloca como força motriz da narrativa o amor. É aí que os problemas começam a surgir. Por mais que seja ótimo ver Nolan fugindo de sua zona de conforto, os discursos expositivos que os personagens fazem sobre o “amor” nunca são tão efetivos quanto a interpretação desse sentimento por parte dos atores. Ao investir em discursos verborrágicos sobre sentimentos, Nolan perde momentos preciosos de projeção que poderiam ser usados explorando tais sentimentos e suas implicações, vide a poderosa cena em que pai e filha – McConaughey e Foy – se abraçam e se indagam se ele voltará de sua perigosa missão,ou outra cena, McConaughey se rende emocionalmente à câmera, em um plano fechado que foca em sua reação devastadora a um vídeo.

O terceiro ato é também o mais irregular do filme, onde as tentativas de Nolan e seu irmão Jonathan de fechar algumas pontas do roteiro se mostram especialmente forçadas e até covardes. Christopher Nolan parece sentir a necessidade de complicar demais sua trama, o que mina a fluência desta, restando aos atores fazerem o impossível para parecerem humanos em meio a torrentes de diálogos de tecnobaboseira. Felizmente, o elenco escalado é magnífico e consegue transformar boa parte dos limões que lhes são dados em limonada.


Matthew McConaughey tem uma atuação incrível. Ele tem uma química muito boa com a jovem atriz Mackenzie Foy, que vive a filha dele,Murph, A garota está incrível, nos fazendo esquecer que um dia foi a filha de Bella Swan e Edward Cullen em A Saga Crepúsculo: Amanhecer.

Jessica Chastain, sempre ótima,é o eixo principal da trama, enquanto que Anne Hathaway ainda que mostrando força e naturalidade como a Dra. Brand sofra com os discursos meio incoerentes de sua personagem. O elenco conta ainda com as presenças de Michael Caine, Casey Affleck, Ellen Burstyn, Topher Grace e Wes Bentley

A parte visual do filme é acachapante, incrível, uma coleção de planos e sequências que daria para imprimir e pendurar no Louvre. Nolan parece tão maravilhado com o espaço quanto qualquer um, e isso se reflete na abordagem estética, que vai da sobrecarga de sentidos quando representa visualmente equações físicas até uma simples manobra da nave no espaço que, em silêncio, com a Terra ao fundo, surge de forma contemplativa como uma das cenas mais bonitas do longa. A diferença entre os cenários é uma atração à parte – enquanto a Terra é suja, árida, arenosa, um outro planeta é coberto de água – e o diretor consegue imprimir tensão, grandiosidade e até sensibilidade a diversos momentos (a contagem regressiva enquanto Cooper se afasta da casa é um bom exemplo).


A  trilha de Hans Zimmer, mais melancólica e etérea que o habitual, é belíssima, havendo novos ecos aqui de “2001”, e se mantendo bem na transposição da trama.

Interstelar é o filme mais problemático de Christopher Nolan. Possui derrapadas indesculpáveis no roteiro, de vez em quando apela para um sentimentalismo digno de postagem no Facebook e leva sua história além do que deveria.É o que chamamos de tropeçar nas próprias pernas. Mas ainda assim é uma experiência envolvente, gratificante, que bota a física quântica na mesa e brinca com ela para criar uma estrutura criativa e sempre interessante. Nolan nunca alivia ou simplifica as suas tramas e, apesar dos tropeços, Interstelar é uma jornada grandiosa e poderosa por tudo aquilo que só podemos sonhar em conhecer.

Obs: Critica escrita por Emile Campos






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