Crítica - Operação Big Hero
By : UnknownNome Original: Big Hero 6
Diretor: Don Hall
Duração: 108 Min
Diretor: Don Hall
Duração: 108 Min
Depois
do arrasador Frozen, a Disney explora pela primeira vez sua filial Marvel. Os
escolhidos são os (ainda) pouco conhecidos Big Hero 6, supergrupo de heróis
inspirados no mangá japonês que, neste longa-metragem, ganha uma bela homenagem hollywodiana.
Quase
tudo é diferente da história dos quadrinhos, contudo a relação do garoto Hiro e
o robô Baymax é a mesma, e é o coração do filme. O ser cibernético com um quê
de “balãozão” que mal cabe nos espaços feitos para os humanos presenteia o
espectador com muito humor físico, com timing perfeito e que irá abrir um
sorriso no até mais mal humorado dos indivíduos.
O filme
tem início com uma apresentação do garoto Hiro Hamada, que logo de cara, já
mostra o quanto é esperto e genial (dizer mais que isso é estragar a surpresa).
Aos poucos, somos apresentados aos outros personagens da história: Tadashi,
irmão mais velho de Hiro, desenvolve um robô-enfermeiro para cuidar da saúde
das pessoas. Como sabe da genialidade do
jovem Hiro, Tadashi o leva até o Instituto de Tecnologia de Fransokyo – a
cidade fictícia onde se passa a trama – e o apresenta a seus amigos Go Go
Tomagov, Honey Lemon,Wasabi, e o aloprado Fred, fã de quadrinhos de monstros
alem do Professor Callaghan, chefe e mentor de Tadashi no Instituto.
Por
influência do irmão, Hiro se inscreve numa feira científica No entanto, um
acidente na feira causa a morte de Tadashi e, pouco tempo depois, Hiro descobre
que seus microbôs estão sendo produzidos em larga escala por um misterioso
mascarado chamado Yokai com objetivos criminosos. Assim, junta-se a seus novos
amigos e cria uma equipe de super-heróis para derrotar o vilão.
Operação
Big Hero é o típico filme de origem, que necessita de um bom tempo para
apresentar cada um dos personagens principais e também suas motivações. A
animação segue o padrão Disney de qualidade, assim como a história exalta
valores familiares e se posiciona a favor da ciência na eterna luta contra o
capitalismo, por mais que o suposto vilão seja apresentado de forma um tanto
quanto tendenciosa. Entretanto o charme da produção atende pelo nome de
Baymax.
O
carismático robô inflável é a alma do filme, da mesma forma como Groot o foi em
Guardiões da Galáxia .Ele é puro, inocente e seu jeito autômato
proporciona boas risadas além de momentos de extrema ternura que, facilmente,
podem levar às lágrimas.
É muito
bacana ver um filme onde a força dos personagens vem da sua fascinação pela
ciência. Isso com certeza irá despertar a curiosidade dos pequenos pelo estudo
e tirar o estigma de que quem estuda muito não pode ser divertido.
O filme só peca(e um
pouco) pela falta de profundidade do vilão. É obvio que, como não é o
protagonista, a trama não perde muito tempo com ele, mas deixá-lo apenas como
um trampolim para os heróis agirem fará com que, a curto prazo, ele mal seja
lembrado, diferentemente do caráter permanente dos outros vilões Disney, como
Malévola, Jafar, Cruela, Capitão Gancho e tantos outros. Mas isso certamente
não é motivo para prejudicar ou atrapalhar a diversão.
Ágil
,sendo um filme de origem Operação Big Hero entrega ao espectador uma boa dose
de sequências de ação onde, uma vez mais, a inexperiência do grupo é
ressaltada. Entretanto, é na empolgação
nerds dos heróis que reside boa parte da graça do filme: eles não
precisam estar nesta situação, mas curtem um bocado vivenciá-las.Isto somado
que é uma obra que trata de amizade, de ser honesto consigo mesmo, trabalho em
equipe, criatividade, o vazio da vingança , moralidade e muito mais, o longa
é um prato cheio para os mais jovens e
para os mais velhos, ainda mais se quem estiver assistindo for fã de
quadrinhos.
Obs: Critica feita por Emile Campos
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Cinema,
Call of Duty: Advanced Warfare - Analise
By : UnknownData de Lançamento: 04/11/2014
Desenvolvedora: Sledgehammer Games
Distribuidora: Activision
Plataformas: Playstation 4, Xboxone, Playstation 3, Xbox360 e PC
Desenvolvedora: Sledgehammer Games
Distribuidora: Activision
Plataformas: Playstation 4, Xboxone, Playstation 3, Xbox360 e PC
Call of Duty revitalizou o gênero FPS(tiro em
primeira pessoa).Quando todos cansaram
dos Medal of Honor e seus tiroteios na Segunda Guerra Mundial,Modern
Warfare trouxe os conflitos modernos que então passaram a ser a bola da
vez.Pois eis que novamente a serie tentar revitalizar sua formula.
Como
disse acima a o novo game tenta já que Advanced Warfare não é uma revolução no
mesmo nível da implantada por "Call of Duty 4" em 2007. Mas o jogo
mostra que a franquia da Activision ainda tem muito a oferecer - algo que foi
colocado em dúvida com o pouco eficiente "Ghosts".
O pilar
da renovação de "Advanced Warfare" é o traje Exo, que transforma os
jogadores em super-soldados capazes de realizar saltos impossíveis e se
movimentar com uma agilidade sem precedentes na série. Com isso, ele faz do
multiplayer de "Call of Duty" algo diferente pela primeira vez em
anos.
Já a
campanha se mostra em alguns(poucos )momentos diferencial,ao apostar em temas
fora dos tradicionais e logo volta a nos entregar o esperado novamente sem mais
nem menos.
A trama
se passa no ano 2054, companhias privadas são as novas superpotências
militares. Uma delas, a Atlas, é controlada por Jonathan Irons - personagem de
Kevin Spacey que não coincidentemente lembra muito o Frank Underwood, de
"House of Cards".
Após um
incidente em Seul, o protagonista, Mitchell, troca a Marinha dos EUA pelo
quartel-general da Atlas e rapidamente se envolve em uma série de eventos que
alterarão o mapa dos poderes na metade do século XXI.
Bom pra
começar depois de tantos anos no completo mais do mesmo, o multiplayer de
"Call of Duty" finalmente ganhou novos ares com a chegada dos trajes
Exo.
Capazes
de alcançar grandes alturas, correr grandes distâncias rapidamente e até mesmo
movimentar-se lateralmente, os jogadores finalmente precisam de novas
estratégias para se dar bem no modo online, pois as anteriores ficaram ultrapassadas.
Tanto as
táticas ofensivas quanto as evasivas mudaram. Após derrotar um inimigo, é
sempre bom saltar rapidamente para um ponto de vantagem na tentativa de
surpreender o próximo.A esquiva lateral se torna muito importante para evitar
confrontos indesejados(em momentos até melhor p mim que não sou um shooter
rsrs!).
Mas
"Advanced Warfare" não é "Titanfall". O 'feeling' do jogo
ainda é o de um "Call of Duty". Ele faz o que os fãs queriam: melhora
a fórmula da série sem que ela perca sua identidade.
Advanced
Warfare conserta algo que foi reclamado em Ghosts, mapas extensos e mal
construídos,alem de personagens lentos e desbalanceados.Aqui os mapas são
menores e verticalizados, com caminhos que bifurcam e rotas alternativas por
todos os lados. Quem fica parado, morre, e quem quer controlar o mapa precisa
de real coordenação com seus aliados através do chat por voz. É a volta do
"Call of Duty" frenético.
Isso,
claro, em modos como o 'Team Deathmatch'. Curiosamente, em outros, como o
'Search & Destroy', que emula a fórmula de "Counter-Strike", em
que cada jogador tem apenas uma vida por rodada, o ritmo muda, mas continua
divertido.
Se no
'Free-for-All' vale tudo entre saltos gananciosos e disparadas frenéticas, no
'S&D' vence quem consegue controlar o desejo de sair voando pelo cenário,
prosseguindo com bastante cautela. Enquanto isso, um 'Capture the Flag'
torna-se muito mais interessante quando o jogador que está com a bandeira pode
simplesmente saltar ao além e desaparecer em um piscar de olhos.
Vale
mencionar ainda o inédito modo 'Uplink', em que dois times precisam, em suma,
'fazer gols' com um drone em formato de bola. Muito inteligente, ele rende disputas
muito divertidas em que os jogadores devem utilizar todo o potencial de seus
trajes Exo.
A parte
gráfica é algo que levanta uma dualidade.O game é mais bonito que seus
predecessores,algo mais que obvio e obrigatório para a nova geração. Mas é
inegável que o elemento visual do game que causa o maior impacto é... o rosto
de Kevin Spacey. Não fosse pela atuação do vencedor do Oscar, seria muito
difícil prestar atenção nos longos diálogos de exposição.
Por
outro lado a engine de destruição continuam a mesma,algo que seu rival
Battefield já tem incorporado com constante evolução em seu motor gráfico.
Já as
missões em curtos momentos consegue fugir de sua formula batida. O ponto mais
alto da campanha é a missão, 'Sentinel'. Nela, o objetivo do protagonista é
infiltrar uma casa, tomando cuidado para não ser alvejado por guardas armados
ou drones, nem visto por civis.
As
instruções que o jogador recebe de seu sempre presente suporte remoto são:
"encontre um caminho até lá. Lhe ajudarei como puder". Por alguns
minutos, o game deixa de arrastar o fã pela mão. E esse breve momento de
liberdade é muito bom.
É uma
grande pena que o resto do jogo não tente ser inteligente como a missão
'Sentinel', que prova que é possível fazer o jogador se sentir bem sem exagerar
nos explosivos.
Porque
as outras mesmo com os aparatos bélico formidável repete a mesmice dos
anteriores,mostrando quão cansada está a formula dos shooters.
O modo
Exo Survival se mostra também um pouco entediante , já que o modo demora para
criar desafios para o grupo de jogadores que compõe o Coop.
CoD:
Advanced Warfare se renova utilizando novo aparatos tecnológicos para melhorar
seu multiplayer,mas se esbarra ainda na mesmice de suas missões single. Afinal,não
é uma revolução, é antes uma evolução, que é o que se pede para um jogo que
todos os anos se renova. Aliado a gráficos detalhados e à fluidez de 60
fotogramas por segundo, Advanced Warfare prova que Call of Duty continua a ser
relevante e capaz de entreter.
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Games,
Crítica - O Hobbit: A Batalha dos Cincos Exercitos
By : UnknownNome Original: The Hobbit: The Battle of the Five Armies
Diretor: Peter Jackson
Duração: 144 Min
Contudo a maior sacada de Jackson e seus roteiristas Fran
Walsh, Philippa Boyens e Guillermo Del Toro foi a de reduzir drasticamente a
duração do filme, que ao contrário das quase três horas habituais dos outros
filmes da trilogia,este traz “apenas” 144 minutos de duração.
Diretor: Peter Jackson
Duração: 144 Min
A segunda saga cinematográfica da Terra-Média chega ao fim
com O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos, o último filme da grandiosa,
porém irregular, trilogia do diretor Peter Jackson. Dividida em três filmes, a
história de Bilbo Bolseiro adaptada do livro ‘O Hobbit’, de J.R.R. Tolkien,
sofreu com problemas de ritmo e um inchaço do roteiro nos dois filmes
anteriores, Uma Jornada Inesperada e A Desolação de Smaug. Por mais que Peter
Jackson incluísse nos roteiros alguns contos inacabados escritos pelo próprio
Tolkien e situações para interligar as duas trilogias, reaproveitando
personagens como Frodo (Elijah Wood) e Legolas (Orlando Bloom), o material
disponível não necessitava de três filmes para ser apresentado ao público.
A Batalha dos Cinco
Exércitos, o terceiro filme da franquia, volta a cometer falhas já conhecidas,
mas de longe é o melhor longa-metragem da trilogia, apresentando cenas de ação
de nível espetacular, uma boa dose de emoção e um empolgante desfecho que faz o
elo preciso com O Senhor dos Anéis.
A história no novo filme começa no minuto seguinte ao fim de
A Desolação de Smaug, com o dragão indo em direção a Cidade do Lago para
destruí-la. A partir daí, os anões começam o processo de recuperação de sua
antiga casa e, o agora Rei, Thorin se torna vítima da doença do ouro,
convenientemente deixando-o em pé de guerra com qualquer um que queira uma
moeda sequer de seu tesouro.
Ao mesmo tempo, diversos povos na Terra Média querem sua
parte, afinal toda aquela riqueza agora está sem a vigilância do dragão. O fato
é: reconquistar seu antigo lar não foi o bastante, agora Homens, Elfos e Orcs
ameaçam entrar em guerra para conquistar a Montanha Solitária. E Thorin não
pretende fazer nada para evitar essa batalha.
Antes de qualquer coisa, é preciso reconhecer que a terceira
parte de ‘O Hobbit’ é um filme de guerra. Grande parte do desenvolvimento dos
personagens e da construção dos conflitos entre elfos, homens, anões e orcs
foram estabelecidos nos filmes anteriores, e por isso A Batalha dos Cinco
Exércitos é quase inteiramente focado na guerra entre os povos pela disputa da
Montanha Solitária. Após a belíssima sequencia inicial, cada raça define o seu
lugar na grande batalha que se aproxima, enquanto a Comitiva liderada pelo
incontrolavelmente ganancioso Thorin defende sua posição na Montanha.
Isso faz com que o longa ganhe em ritmo (que havia sido
perdido no esticado filme anterior) e consiga disfarçar qualquer ponto negativo
da narrativa , que visivelmente não
tinha mais nada de novo a agregar, dado o tamanho do livro no qual a trilogia O
Hobbit foi baseada.
Abandonando o tom mais aventureiro e colorido dos dois
primeiros longas, A Batalha dos Cinco Exércitos também se distingue como o
filme mais sombrio da trilogia. A fotografia mais escura de Andrew Lesnie, que
trabalhou com Jackson nos seis filmes, é coerente com os trágicos eventos que
acontecem ao longo da película e com o ressurgimento das trevas na Terra-Média.
E quando a batalha finalmente começa, o diretor Peter
Jackson coloca em cena aquilo que ele sabe fazer de melhor: sequências de
confrontos em uma escala épica e longas lutas extremamente bem coreografadas. São
inúmeras e extensas tomadas de muita ação, realizadas com precisão e ainda
levando certo peso dramático, já construído nos títulos anteriores. Com um
aparato técnico impressionante e possuindo o poder máximo dos efeitos gráficos
e práticos – que vão de gigantescos cenários internos e externos a centenas
diferentes vestimentas com minuciosos detalhes -, a equipe constrói uma enorme
zona de guerra e transporta o espectador para aquele ambiente hostil.Como não
citar também a cidade sendo devastada pelas chamas de Smaug, potencializada
pelo desespero dos habitantes. O dragão é novamente interpretado por Benedict
Cumberbatch, que quase sussurrando expressa a personalidade maliciosa e
arrogante do monstro.
Outro destaque vai para a cena de Galadriel (Cate
Blanchet),Saruman (Sir Christopher Lee) e Elrond (Hugo Weaving) desafiando o
necromante em Dol - Goldur. Simplesmente fantástico ver Lee com 92 anos chutar
bundas como ninguém.E quanto a senhora de Lorien, apesar de curta sua cena é
incrível.
Infelizmente o roteiro ainda perde tempo com subtramas e
personagens pouco importantes, como o insuportável Alfrid (Ryan Gage), que de
nada acrescenta a história e inúmeras vezes surge em cena.O romance entre o
anão Kili (Aidan Turner) e a elfa Tauriel (Evangeline Lilly),ainda que sem
funcionar como deveria, tem uma conclusão até que satisfatória, com destaque
para a convincente atuação de Lilly, que foi corajosa ao aceitar o papel e
construiu uma personagem marcante.Legolas apesar de não ser um personagem com
grande importância para a historia,continua proporcionando cenas de ação f***.É
difícil imaginar o que o personagem vai fazer usando sua destreza.
O arqueiro Bard, interpretado pelo promissor Luke Evans,
consagra-se como um importante personagem durante a guerra, com muito mais
importância e profundidade do que no livro, em que pouco é falado sobre ele. Já
Thorin Escudo de Carvalho, cego devido aos montes de ouro que voltaram às suas
mãos, torna-se o retrato do egoísmo e da ganância, o maior dos pecados em todas
as obras de Tolkien e a grande fonte dos conflitos. A conturbada relação entre
ele e Bilbo, em várias partes do filme, evocam as melhores atuações de seus
dois intérpretes (Richard Armitage e Martin Freeman, respectivamente) em toda a
trilogia e alguns dos momentos mais tocantes deste último capítulo.
Mesmo com problemas e longe do fenômeno de qualidade de sua
precursora, a trilogia O Hobbit foi do início ao fim um deleite visual e um
agradável retorno ao lar de hobbits, elfos e anões.Até que um próximo livro de
Tolkien esteja disponível para se adaptar, siga uma ultima vez pela terra media
com A Batalha dos Cincos Exercitos.
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Cinema,
Critica - Jogos Vorazes: A Esperança Parte1
By : UnknownNome Original: The Hunger Games - Mockingjay Part 1
Diretor: Francis Lawrence
Duração: 125 Min
Diretor: Francis Lawrence
Duração: 125 Min
A série Jogos Vorazes é um dos raros exemplos
de como uma adaptação literária juvenil pode sim fugir dos padrões dos
blockbusters atuais e mostrar conteúdo discursivo para com seus espectadores
através da saga de Katniss (Jennifer
Lawrence),jovem adolescente obrigada a enfrentar um torneio de vida ou
morte.Reality shows,mídia manipuladora,tirania política são um dos vários
levantamentos importantes que a autora Suzanne Collins abordou na sua obra.
Em Jogos
Vorazes: A Esperança – Parte 1 tudo que foi construído nos filmes anteriores
culmina numa guerra civil que pode significar a destruição de Panem ou a
libertação de seu povo. O diretor Francis Lawrence mostra, mais uma vez, que
sabe como tornar esses assuntos interessantes para os jovens e relevantes para
adultos.
Dessa
vez, Katniss acorda no hospital do Distrito 13,traumatizada após ser salva da
arena do Massacre Quaternário. Ela não aceita o fato de Peeta (Josh Hutcherson)
ter sido deixado para trás e dificulta os planos da fria presidente Alma Coin
(Julianne Moore) de usá-la como símbolo da rebelião.Com isso ela precisa se
redescobrir: como pessoa e também como liderança.
Com o foco
potencializado na propaganda, o longa nos mostra como a imagem da protagonista
é usada em prol da revolução. Precisando de um ícone para incentivar os
distritos a se rebelarem contra a Capital, os comandantes da resistência não
pensam duas vezes em aproveitar a popularidade de Katniss. Não importa como ela
esteja, mas o que representa - e, para tanto, nada melhor do que uma boa
maquiagem para vender bem o produto.Do outro lado a tática é usada de forma
semelhante.Enquanto a Capital se utiliza de um discurso tendencioso, os
rebeldes exploram ao Maximo as emoções de Katniss a seu favor sem o menor
pudor.Como não imaginar certos exemplos em nossas campanhas políticas?
O fim
justifica os meios, diriam alguns. Mas realmente se os rebeldes se usam de tais
artifícios o que o fazem melhor que a Capital, já que a política do Distrito 13
se faz bem semelhante aos de seus opositores? É justamente este jogo político
de bastidores o que há de mais interessante em A Esperança - Parte 1, seja pela
dualidade manipulador/manipulado ou pelas próprias reviravoltas que o roteiro
guarda. Neste tabuleiro, Katniss e Peeta são meros peões cujas emoções servem
ao interesse de momento, por mais que o relacionamento entre eles sirva como
linha mestra do roteiro.Até os demais personagens tem seus propósitos
recolocados nesta nova realidade,seja pela crença,falta de opção ou senso de
responsabilidade.
Para
propor esta forte mudança na serie Francis Lawrence nos traz um mundo sujo,com
cores cinzentas e não poupa de mostrar cenas um tanto forte para um filme
voltado para um publico adolescente. Há bem menos cenas de ação em relação aos
episódios anteriores, assim como um maior desenvolvimento psicológico da
heroína. Há também uma certa perda de dinâmica na narrativa, muito devido a seqüências
alongadas demais e o próprio tom reflexivo que norteia parte do filme. É nítida
que algumas cenas(fica bem mais visível no final)se esticam até onde pode a
trama do filme para que o exemplar final da franquia pudesse ser exibido em
duas partes nos cinemas. Infelizmente, essa é a nova moda de Hollywood, fazer
dois produtos inchados que poderiam, com bom trabalho de edição, se tornar
apenas uma obra bem feita.
Apesar
disso, o longa faz ótimo trabalho ao mostrar a evolução dos personagens. Josh
Hutcherson , Jennifer Lawrence e Liam Hemsworth souberam como dar novos ares a velhos personagens, cada um com novas funções e
desafios. Elizabeth Banks, como Effie, permanece como alívio cômico e Woody
Harrelson ainda é o mentor de Katniss, mesmo fora dos Jogos. Philip Seymour
Hoffman se destaca como Plutarch Heavensbee, a mente por trás da propaganda rebelde,
em um de seus últimos trabalhos e a veterana Julianne Moore traz bem o tom frio
e rígido ao seu personagem, a presidenta Alma(Dilma rsrs! Brincadeira!) Coin.
A
Esperança – Parte 1 transmite de forma eficaz a idéia de que, em circunstâncias
como essas, não há respostas simples. Não há herói perfeito ou governos ideais.
O verdadeiro perigo está no extremismo: Até que ponto o ódio contra a capital
pode levar todos ao fim? O inverso também é verdade. Dilemas como esse colocam
a franquia como uma das melhores produções voltadas para o público jovem na
atualidade,apesar que por questões mercadológicas (vulgo gananciosa),o estúdio prefira inflar o roteiro e capitalizar em cima dele ao invés de tentar transformá-lo em
algo ainda mais especial.
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Cinema,
Critica - Interstelar
By : UnknownNome Original: Interstellar
Diretor: Christopher Nolan
Duração: 169 Min
Diretor: Christopher Nolan
Duração: 169 Min
Interestelar
é o mais novo, além de mais ambicioso filme de Christopher Nolan. E olha que estamos
falando do cara que fez a trilogia do O Cavaleiro das Trevas e do hypado A
Origem. Fã confesso do diretor Stanley Kubrick , Nolan faz uma homenagem a 2001
- Uma Odisséia no Espaço, um dos maiores clássico da ficção e do diretor além de obra
máxima do escritor Arthur C. Clarke, mas o espectador deve evitar entrar em
maiores comparações entre as produções,já que cada uma questiona o publico de
maneiras diferentes.
Em um
futuro não determinado, mas também não muito distante, o engenheiro espacial
Cooper (Matthew McConaughey) trabalha como fazendeiro cultivando milho para
alimentar a população mundial. A maioria dos alimentos da Terra já acabaram e
as plantações que restam são constantemente atacadas por pestes e tempestades
de poeira. Ao lado dos filhos e do sogro (vivido pelo ótimo John Lithgow), ele
vive simplesmente, mas se incomoda com o fato da humanidade ter se contentado
em sobreviver e esquecido seu lado empreendedor. Ele é chamado para liderar uma
missão espacial que busca explorar novos planetas que podem substituir a
Terra.Uma jornada importante que pode ser a última esperança para a população
do planeta.
Interestelar”
é para o cineasta como se diz na estatística,um ponto fora da curva ,não apenas
por conta do resultado final turbulento, mas também pela sua temática. Os
filmes de Nolan sempre tiveram como motores narrativos a obsessão de seus
protagonistas e um duelo perpétuo entre racionalidade e caos.
Baseando-se
em diversos conceitos relativamente complicados (como a relatividade),
Interstellar acaba apostando em muitos muitos muitos diálogos explicativos – e,
se por um lado o didatismo ao longo do primeiro ato consegue deixar esses
conceitos bem claros para que o roteiro os resgate sem problemas ao longo da
projeção, nesta sua nova empreitada, o artista deixa tais marcas em segundo
plano e coloca como força motriz da narrativa o amor. É aí que os problemas
começam a surgir. Por mais que seja ótimo ver Nolan fugindo de sua zona de
conforto, os discursos expositivos que os personagens fazem sobre o “amor”
nunca são tão efetivos quanto a interpretação desse sentimento por parte dos
atores. Ao investir em discursos verborrágicos
sobre sentimentos, Nolan perde momentos
preciosos de projeção que poderiam ser usados explorando tais sentimentos e
suas implicações, vide a poderosa cena em que pai e filha – McConaughey e Foy –
se abraçam e se indagam se ele voltará de sua perigosa missão,ou outra cena,
McConaughey se rende emocionalmente à câmera, em um plano fechado que foca em
sua reação devastadora a um vídeo.
O terceiro ato é também o mais irregular do filme, onde as
tentativas de Nolan e seu irmão Jonathan de fechar algumas pontas do
roteiro se mostram especialmente forçadas e até covardes. Christopher Nolan
parece sentir a necessidade de complicar demais sua trama, o que mina a
fluência desta, restando aos atores fazerem o impossível para parecerem humanos
em meio a torrentes de diálogos de tecnobaboseira. Felizmente, o elenco
escalado é magnífico e consegue transformar boa parte dos limões que lhes são
dados em limonada.
Matthew McConaughey tem uma atuação incrível. Ele tem uma
química muito boa com a jovem atriz Mackenzie Foy, que vive a filha dele,Murph,
A garota está incrível, nos fazendo esquecer que um dia foi a filha de Bella
Swan e Edward Cullen em A Saga Crepúsculo: Amanhecer.
Jessica Chastain, sempre ótima,é o eixo principal da trama,
enquanto que Anne Hathaway ainda que mostrando força e naturalidade como a Dra.
Brand sofra com os discursos meio incoerentes de sua personagem. O elenco conta
ainda com as presenças de Michael Caine, Casey Affleck, Ellen Burstyn, Topher
Grace e Wes Bentley.
A parte
visual do filme é acachapante, incrível, uma coleção de planos e sequências que
daria para imprimir e pendurar no Louvre. Nolan parece tão maravilhado com o
espaço quanto qualquer um, e isso se reflete na abordagem estética, que vai da
sobrecarga de sentidos quando representa visualmente equações físicas até uma
simples manobra da nave no espaço que, em silêncio, com a Terra ao fundo, surge
de forma contemplativa como uma das cenas mais bonitas do longa. A diferença
entre os cenários é uma atração à parte – enquanto a Terra é suja, árida, arenosa,
um outro planeta é coberto de água – e o diretor consegue imprimir tensão,
grandiosidade e até sensibilidade a diversos momentos (a contagem regressiva
enquanto Cooper se afasta da casa é um bom exemplo).
A trilha de Hans Zimmer, mais melancólica e etérea que o habitual, é belíssima, havendo novos ecos aqui
de “2001”, e se mantendo bem na transposição da trama.
Interstelar
é o filme mais problemático de Christopher Nolan. Possui
derrapadas indesculpáveis no roteiro, de vez em quando apela para um
sentimentalismo digno de postagem no Facebook e leva sua história além do que
deveria.É o que chamamos de tropeçar nas próprias pernas. Mas ainda
assim é uma experiência envolvente, gratificante, que bota a física quântica na
mesa e brinca com ela para criar uma estrutura criativa e sempre interessante. Nolan
nunca alivia ou simplifica as suas tramas e, apesar dos tropeços, Interstelar
é uma jornada grandiosa e poderosa por tudo aquilo que só podemos sonhar em
conhecer.
Obs: Critica escrita por Emile Campos
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Cinema,
Critica - Drácula: A Historia Nunca Contada
By : UnknownNome Original: Dracula Untold
Diretor: Gary Shore
Duração: 92 Min
Drácula,
é um dos personagens mais cultuados da historia.A cada nova versão sua historia
é recontada das mais variadas formas.Pois tendo direitos sobre os monstros
clássicos(que inclue alem do vampirão, o Monstro de Frankenstein, A Mumia e o
Lobisomen) a Universal tentar criar seu universo compartilhado começando por esse Drácula – A Historia Nunca Contada,
filme que revisa as os origens do personagem lembrando os moldes do recente
Malevola. Não há problema nenhum em humanizar o personagem-título ou
transformá-lo em um herói trágico em suas origens. O problema é fazê-lo em um
filme que renega o mundo bárbaro e sedutor no qual ele está inserido.
Dirigido
pelo estreante Gary Shore e
roteirizado por Matt Sazama e Burk Sharpless (também estreantes), o
longa tem Vlad Dracul (Luke Evans)
como um príncipe benevolente da Transilvânia que, quando criança, foi entregue
como refém real para os turcos. Obrigado a lutar ao lado de seus captores, Vlad
ficou conhecido como o Empalador, um guerreiro brutal e monstruoso.Após mais de
uma década de paz, ele recebe a exigência do sultão Mehmed (Dominic Cooper) de entregar mil
crianças de seu reino, assim como seu próprio filho, para servirem ao exército
turco.
Sem
defesa, Vlad procura poder nas trevas, fazendo um acordo com um mestre vampiro
(Charles Dance) para ganhar a força
que precisa para vencer seus adversários no campo de batalha. Se, em três dias,
Vlad não sucumbir à sede de sangue humano que acompanham seus poderes, ele
voltará a ser humano. Mas, se ceder, libertará o mestre vampiro e se tornará
ele mesmo uma criatura das trevas para sempre.
Todos os
aspectos do filme se mostram superficiais demais devido sua curta metragem,
desde a culpa que Vlad sente pelos seus atos pregressos, passando pelo amor do
herói por sua esposa (Sarah Gadon) e
família, até chegar nas consequências de seu pacto com o Mestre – cuja
participação na trama é mais uma lacuna para ser preenchida nos próximos
capítulos da franquia que qualquer outra coisa, desperdiçando completamente
Charles Dance em cena.
O lado dramático da trama como a sede e o
afastamento da humanidade, características que deveriam estar presentes para
nos mostrar a força de Vlad ao resistir a elas, mal são exploradas que ao invés
de acrescentar camadas de complexidade ao personagem-título, acaba por
diminuí-lo, apesar de Luke Evans tentar fazer o que pode com o material que tem
em mãos.
Outro
detalhe a ser visto é o cuidado extremo na hora
de apresentar o sangue durantes
as batalhas. Isso porque a imposição de uma censura baixa impede que a
selvageria das batalhas ganhe as telas, aleijando o filme de algo que seria
vital para mostrar o destino do qual Vlad quer livrar o seu povo e até mesmo
para que o público visse a extensão dos poderes e habilidades do Príncipe em
sua forma vampírica.
Os
embates que mostram Vlad combatendo exércitos inteiros lembram uma versão bem
genérica do game Castlevania Lords of
Shadow, sendo que o público não consegue sequer enxergar bem o que está
acontecendo na tela por conta da falta de condução de Shore em explorar
plasticamente essas lutas.
Drácula – A Historia Nunca Contada é um filme que dar um novo
reinicio ao conhecido personagem, mais falta ousadia para explorar o
potencial do mesmo, algo que pode ser
corrigido no futuro ou então esse
universo do estúdio será bem morto-vivo.
Tag :
Cinema,