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Posted by : Unknown segunda-feira, 5 de maio de 2014

Nome Original: Nymphomaniac : Volume I

Diretor: Lars Von Trier 

Duração: 118 Min





A primeira parte de Ninfomaníaca chega às telas recheado por uma eficiente campanha de marketing. Com essa expectativa Lars Von Trier poderia ter derrapado ou até mesmo dado de cara com o chão. Mas não é isso que acontece. Muito pelo contrário, sua polêmica obra parece que vai tropeçar a cada momento, mas se equilibra na direção do diretor e principalmente, na atuação do bom elenco. Ninfomaníaca mostra que sexo no cinema nem sempre é bonito e amoroso. Para Von Trier, ele pode ser digno de pena.

O roteiro, escrito pelo próprio diretor como de costume em seus filmes, conta a história de Joe (Charlotte Gainsbourg), uma mulher encontrada ferida e desacordada por Seligman (Stellan Skarsgard) numa noite fria em um beco. Com aparência de uns 50 anos de idade, Joe está frágil e abatida o suficiente para ser levada por Seligman a sua casa, onde lhe promete uma xícara de café com leite que renderá uma história incomum sobre seu vício por sexo. É a própria personagem quem se autodiagnostifica uma ninfomaníaca e começa a contar o desenvolvimento do seu prazer sexual desde a infância.

Provocante, mas ainda assim, contido, o diretor aposta numa narração pela própria protagonista para levar seu filme a infância desta e a adolescência, quando Stacy Martin entra em cena para chocar. Ela vai construindo com sua narrativa minuciosa, e sempre pautada pelo sexo(há cenas bem explicitas,mas sem o mesmo impacto prometido pelo diretor) a jornada que a levou àquela situação. Seligman, por sua vez, não a julga. Apaixonado por pesca,traça paralelos entre as artimanhas para atrair peixes e as técnicas usadas por Joe para seduzir os machos que vai abatendo pelo caminho. Outras analogias virão, como quando ele associa o comportamento libertino da moça a uma composição de Bach.



Joe é uma predadora sexual e os homens são meros objetos manipuláveis ao seu bel prazer. Sua conduta é de psicopata, sem qualquer tipo de sentimento ou remorso. O único homem que a faz demonstrar emoção é o pai (Christian Slater). O ápice de sua indiferença se dá numa das melhores cenas dessa primeira parte, quando tem de lidar com uma mulher traída vivida por Uma Thurman. Um breve alívio cômico (no melhor estilo do diretor) para um filme pesado.

 O elenco está dando um show, a atriz que faz a Joe jovem dispensa comentários, e consegue dosar muito bem o mistério por trás da personagem. O mesmo pode ser dito de Charlotte Gainsbourgh, que pelo que pudemos notar vai dominar o volume dois. Skarsgard, na pele do desconhecido Seligman, se assemelha a um psicólogo interessado e cada vez mais curioso. Pouco a pouco ele vai arrancando os segredos que Joe guardava na memória, sem tecer julgamentos (a princípio).


Extremamente ousado não apenas pelo tema mas também pelo formato como por exemplo os minutos iniciais onde o espectador é obrigado a aguardar o início tardio do filme(achei que o projetor tinha dado problema),uso de matemática e sexo(vide a 1º experiência sexual) Ninfomaníaca – Volume 1 encanta.Ao fazer uma profunda análise emocional sobre algo que poderia facilmente ser banalizado, ao usar a graça em momentos surpreendentes, ao tirar o espectador do conforto de sua poltrona Lars Von Trier realiza um grande filme, embora incompleto devido a divisão e subitamente a censura,mas é um projeto ambicioso que exige que o espectador se dispa de preconceitos e moralismos para captar a essência da história.E que venha o Volume 2!




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