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Posted by : Unknown sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Nome Original: The Hobbit: The Battle of the Five Armies

Diretor: Peter Jackson

Duração: 144 Min


A segunda saga cinematográfica da Terra-Média chega ao fim com O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos, o último filme da grandiosa, porém irregular, trilogia do diretor Peter Jackson. Dividida em três filmes, a história de Bilbo Bolseiro adaptada do livro ‘O Hobbit’, de J.R.R. Tolkien, sofreu com problemas de ritmo e um inchaço do roteiro nos dois filmes anteriores, Uma Jornada Inesperada e A Desolação de Smaug. Por mais que Peter Jackson incluísse nos roteiros alguns contos inacabados escritos pelo próprio Tolkien e situações para interligar as duas trilogias, reaproveitando personagens como Frodo (Elijah Wood) e Legolas (Orlando Bloom), o material disponível não necessitava de três filmes para ser apresentado ao público.

 A Batalha dos Cinco Exércitos, o terceiro filme da franquia, volta a cometer falhas já conhecidas, mas de longe é o melhor longa-metragem da trilogia, apresentando cenas de ação de nível espetacular, uma boa dose de emoção e um empolgante desfecho que faz o elo preciso com O Senhor dos Anéis.


A história no novo filme começa no minuto seguinte ao fim de A Desolação de Smaug, com o dragão indo em direção a Cidade do Lago para destruí-la. A partir daí, os anões começam o processo de recuperação de sua antiga casa e, o agora Rei, Thorin se torna vítima da doença do ouro, convenientemente deixando-o em pé de guerra com qualquer um que queira uma moeda sequer de seu tesouro.

Ao mesmo tempo, diversos povos na Terra Média querem sua parte, afinal toda aquela riqueza agora está sem a vigilância do dragão. O fato é: reconquistar seu antigo lar não foi o bastante, agora Homens, Elfos e Orcs ameaçam entrar em guerra para conquistar a Montanha Solitária. E Thorin não pretende fazer nada para evitar essa batalha.

Antes de qualquer coisa, é preciso reconhecer que a terceira parte de ‘O Hobbit’ é um filme de guerra. Grande parte do desenvolvimento dos personagens e da construção dos conflitos entre elfos, homens, anões e orcs foram estabelecidos nos filmes anteriores, e por isso A Batalha dos Cinco Exércitos é quase inteiramente focado na guerra entre os povos pela disputa da Montanha Solitária. Após a belíssima sequencia inicial, cada raça define o seu lugar na grande batalha que se aproxima, enquanto a Comitiva liderada pelo incontrolavelmente ganancioso Thorin defende sua posição na Montanha.


 Contudo a maior sacada de Jackson e seus roteiristas Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo Del Toro foi a de reduzir drasticamente a duração do filme, que ao contrário das quase três horas habituais dos outros filmes da trilogia,este traz “apenas” 144 minutos de duração.

Isso faz com que o longa ganhe em ritmo (que havia sido perdido no esticado filme anterior) e consiga disfarçar qualquer ponto negativo da  narrativa , que visivelmente não tinha mais nada de novo a agregar, dado o tamanho do livro no qual a trilogia O Hobbit foi baseada.

Abandonando o tom mais aventureiro e colorido dos dois primeiros longas, A Batalha dos Cinco Exércitos também se distingue como o filme mais sombrio da trilogia. A fotografia mais escura de Andrew Lesnie, que trabalhou com Jackson nos seis filmes, é coerente com os trágicos eventos que acontecem ao longo da película e com o ressurgimento das trevas na Terra-Média. 


E quando a batalha finalmente começa, o diretor Peter Jackson coloca em cena aquilo que ele sabe fazer de melhor: sequências de confrontos em uma escala épica e longas lutas extremamente bem coreografadas. São inúmeras e extensas tomadas de muita ação, realizadas com precisão e ainda levando certo peso dramático, já construído nos títulos anteriores. Com um aparato técnico impressionante e possuindo o poder máximo dos efeitos gráficos e práticos – que vão de gigantescos cenários internos e externos a centenas diferentes vestimentas com minuciosos detalhes -, a equipe constrói uma enorme zona de guerra e transporta o espectador para aquele ambiente hostil.Como não citar também a cidade sendo devastada pelas chamas de Smaug, potencializada pelo desespero dos habitantes. O dragão é novamente interpretado por Benedict Cumberbatch, que quase sussurrando expressa a personalidade maliciosa e arrogante do monstro.

Outro destaque vai para a cena de Galadriel (Cate Blanchet),Saruman (Sir Christopher Lee) e Elrond (Hugo Weaving) desafiando o necromante em Dol - Goldur. Simplesmente fantástico ver Lee com 92 anos chutar bundas como ninguém.E quanto a senhora de Lorien, apesar de curta sua cena é incrível.

Infelizmente o roteiro ainda perde tempo com subtramas e personagens pouco importantes, como o insuportável Alfrid (Ryan Gage), que de nada acrescenta a história e inúmeras vezes surge em cena.O romance entre o anão Kili (Aidan Turner) e a elfa Tauriel (Evangeline Lilly),ainda que sem funcionar como deveria, tem uma conclusão até que satisfatória, com destaque para a convincente atuação de Lilly, que foi corajosa ao aceitar o papel e construiu uma personagem marcante.Legolas apesar de não ser um personagem com grande importância para a historia,continua proporcionando cenas de ação f***.É difícil imaginar o que o personagem vai fazer usando sua destreza.


O arqueiro Bard, interpretado pelo promissor Luke Evans, consagra-se como um importante personagem durante a guerra, com muito mais importância e profundidade do que no livro, em que pouco é falado sobre ele. Já Thorin Escudo de Carvalho, cego devido aos montes de ouro que voltaram às suas mãos, torna-se o retrato do egoísmo e da ganância, o maior dos pecados em todas as obras de Tolkien e a grande fonte dos conflitos. A conturbada relação entre ele e Bilbo, em várias partes do filme, evocam as melhores atuações de seus dois intérpretes (Richard Armitage e Martin Freeman, respectivamente) em toda a trilogia e alguns dos momentos mais tocantes deste último capítulo.

Mesmo com problemas e longe do fenômeno de qualidade de sua precursora, a trilogia O Hobbit foi do início ao fim um deleite visual e um agradável retorno ao lar de hobbits, elfos e anões.Até que um próximo livro de Tolkien esteja disponível para se adaptar, siga uma ultima vez pela terra media com A Batalha dos Cincos Exercitos.




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